Meu nome é Spencer, tenho 18 anos porém creio que não sou um típico adolescente de 18 anos. Eu prefiro estar perto de casa e com minha família. Você pode dizer que meu lar é meu porto seguro. Em casa eu posso ser eu mesmo, o que pode ser peculiar.
Eu sou protetor e respeitoso com as mulheres da minha vida. Eu nunca perco a chance de abrir a porta ou oferecer meu casaco para minha mãe, uma amiga, ou minha irmã. A parte disso tudo, eu sou socialmente desajeitado e fico nervoso entre multidões, então eu não serei um palestrante pró-vida como minha mãe.
Sou um adolescente muito ansioso, mas, novamente, com minha família eu posso explorar a profundidade total da minha personalidade. Eu posso não ser um típico adolescente, mas aqueles que eu amo me aceitam do jeito que eu sou, e eu realmente os estimo.
Minha grande paixão é ciência da computação. Eu gosto de construir e codificar eletrônicos e desenvolvo aplicações. Minhas aplicações não são muito populares, porém eu gosto de criá-las. Isso é um pouco sobre mim e quem eu sou.
Provavelmente eu aprendi a respeitar as mulheres por conta do meu pai, e eu espero me tornar o homem que ele é.
Eu respeito meu pai especialmente pela maneira que ele lidou com o estupro de minha mãe e a gravidez resultante. Se você quer saber, ele é como um verdadeiro homem deve ser.
Cada um dos meus irmãos lidou com o ataque à minha mãe de forma diferente, e considerando o quanto minha mãe e eu somos próximos, foi bastante difícil para mim. Isso ficava no fundo da minha mente e eu ficava me imaginando como seria estar no lugar do meu pai um dia e como me sentiria.
Eu me lembro do dia em que minha mãe voltou para casa do que parecia ser uma longa viagem de trabalho e, assim que ela entrou pela porta da frente, eu sabia que nossa família iria mudar para sempre. Ela veio com um sorriso feliz em seu rosto. Fazia tempo que eu não via aquele sorriso – não desde o ataque. Ela tinha mudado, mas naquele minuto tivemos nossa mãe radiante de volta.
Meu irmão caçula na época, Noah (que agora tem 11), correu para saudá-la e ela pegou a mão dele e a colocou sobre a barriga. Ele não sabia o que aquilo significava, mas eu sim. Noah simplesmente colocou o rosto na barriga dela.
Quando minha mãe disse pela primeira vez que estava grávida, muitas emoções correram dentro de mim – entusiasmo, esperança e preocupação.
Quando minha mãe estava grávida no Noah, ela teve uma gravidez difícil e nós tivemos que tomar conta de um recém-nascido. Nós éramos uma família de 6 e as coisas em nossa casa poderiam ficar muito corridas e loucas. Mas agora, meu lindo, doce e amoroso irmão é só uma parte dessa loucura.
Foi por volta de um ano atrás que minha mãe me contou como a grande bênção de nossa família veio e a verdadeira razão pela qual nos mudamos da Carolina do Norte.
Isso foi muito para um já ansioso adolescente de 17 anos, porém eu aceitei.
Ela me explicou muitas coisas – como as pessoas tratavam as crianças concebidas em estupro, como as pessoas acreditam que o aborto seria aceitável, e eu disse à minha mãe: “Isso é terrível! O bebê não fez nada. Não consigo imaginar nossa família sem ele”. Isso não faz com que eu olhe para o meu irmão de maneira diferente! De fato, essa é a única coisa em que meus irmãos, minha irmã e eu concordamos.
Apesar do modo que meu irmão caçula foi concebido, eu e meus irmãos o amamos muito. Essa criança foi uma benção para nossa família. Eu sempre penso nele como uma benção.
Não só meu irmão caçula roubou meu coração, mas eu também tenho muito orgulho da minha mãe por usar dessa tragédia que passou e usar sua história para salvar vidas e inspirar pessoas. Meus pais são realmente únicos. Eu os amo muito e sempre apoiarei minha mãe pela mulher forte, de cabeça erguida e doce que ela é.
O aborto me enoja, então eu também ficaria com bebê e o amaria, porém o estupro de minha mãe ainda me impacta muito. Não consigo imaginar a mulher que eu amo passando por tal trauma, mas amo o modo que meu pai lidou com isso, eu quero crescer e ser como ele.
Sobre o autor: Spencer é filho de Jennifer Christie, do Salve o 1%. Ele tem três irmãos e uma irmã. E, diferentemente da mãe, Spencer não está disponível para dar palestras 😉
Testemunho originalmente publicado em inglês no Save The 1.
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